PROCURADORES DO TRABALHO PARTICIPAM DE MESA REDONDA SOBRE TRABALHO ESCRAVO

Foi realizada na noite desta segunda-feira, dia 25, na Universidade Federal de Sergipe, a Mesa Redonda Trabalho Escravo Contemporâneo. O objetivo do evento foi apresentar os conceitos sobre o trabalho escravo contemporâneo, analisar as especificidades que dificultam o combate, bem como a influência do avanço neoliberal como fator determinante para surgimento desse problema na atualidade. Cerca de 140 estudantes da UFS e de universidades privadas participaram do evento promovido pelo Centro Acadêmico Silvio Romero da UFS.

Para o membro da comissão organizadora do evento e estagiário de direito do MPT-SE, Marcos Diniz Santos, “esse debate se demonstra oportuno principalmente pelo aprofundamento da precarização das relações de trabalho no momento em que vivemos. Nesse sentido, a diversidade de visões que foram apresentadas deu melhor compreensão sobre a problemática”.

A procuradora do Trabalho e membro da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete), Lys Sobral Cardoso, falou sobre o conceito contemporâneo do trabalho escravo e a atuação do Ministério Público do Trabalho. A mesa foi presidida pelo procurador do Trabalho Ricardo José das Mercês Carneiro.

“A iniciativa do centro acadêmico de organizar o evento foi de extrema importância, pois traz para o mundo acadêmico sergipano a preocupação sobre a permanência de formas contemporâneas de trabalho escravo no Brasil, um problema tão antigo e tão atual. Sem dúvida a discussão acabará ganhando, a partir de então, força em todo o meio jurídico e na sociedade sergipana como um todo. É preciso antes de tudo se reconhecer que existe o problema para serem adotadas as medidas de solução. Além disso, é necessário envolver o máximo possível de entes e instituições no tema, o que a universidade, bem como o MPT, tem intensificado nos últimos anos. Existem, sim, formas contemporâneas de trabalho escravo também no estado de Sergipe, e é fundamental tirá-las da invisibilidade”, ressalta Lys Sobral.

Opinião compartilhada pelo procurador do Trabalho Ricardo Carneiro. “O encontro de ontem foi extremamente relevante, por reunir diferentes atores sociais que atuam no combate à redução do ser humano à condição análoga a de escravo. Considero que o maior pecado no combate a essa chaga é justamente a fragilidade da rede de combate, na medida em que não ataca as diversas vertentes que tornam, em uma perspectiva perversa, o trabalho escravo atraente economicamente para os maus empregadores. A maior riqueza desses debates é justamente perceber que as visões apresentadas não se contrapõem. Ao contrário, podem ser somadas e trazer como resultado soluções ainda não pensadas para erradicar esse mal” analisa.

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